Conforme expõe o especialista Carlos Eduardo Rosalba Padilha, as operações de fusões e aquisições (M&A) no setor tecnológico apresentam particularidades que exigem atenção especial, especialmente quando envolvem ativos intangíveis e inovação. O valor de uma empresa de tecnologia não está apenas em seu faturamento ou infraestrutura física, mas também em elementos como propriedade intelectual, base de usuários, algoritmos e capacidade de inovação contínua.
O dinamismo do mercado tecnológico significa que oportunidades podem surgir e desaparecer rapidamente. Assim, empresas interessadas em M&A nesse setor precisam agir com agilidade, mas sem abrir mão de análises criteriosas. Um processo bem conduzido pode resultar em sinergias valiosas, fortalecimento de portfólio e ampliação da presença de mercado, enquanto decisões apressadas podem levar a prejuízos significativos. Leia aqui:
M&A no setor tecnológico: avaliação de ativos intangíveis
Os ativos intangíveis são frequentemente o núcleo de valor em empresas de tecnologia. De acordo com Carlos Padilha, eles incluem patentes, marcas, softwares, direitos autorais, dados e know-how técnico, todos fundamentais para sustentar a vantagem competitiva. Avaliar corretamente esses ativos exige conhecimento especializado e uso de metodologias adequadas, como a análise de fluxo de caixa descontado ou modelos de precificação baseados em mercado.
Além da avaliação financeira, é essencial considerar a relevância estratégica desses ativos para o comprador. Uma tecnologia inovadora pode ter valor potencial ainda não refletido nos números atuais, enquanto ativos obsoletos podem representar mais um passivo do que um benefício. Por isso, a due diligence deve ser minuciosa, identificando riscos jurídicos, técnicos e comerciais associados.
Integração de equipes e culturas
No setor tecnológico, o capital humano é tão importante quanto os ativos intangíveis. Segundo o especialista Carlos Eduardo Rosalba Padilha, a retenção de talentos após a conclusão da operação é um fator crítico para garantir que o conhecimento e a capacidade de inovação permaneçam na empresa adquirida. Planos de incentivo, comunicação transparente e integração cultural bem planejada ajudam a minimizar perdas nesse processo.

Diferenças de cultura organizacional podem gerar conflitos e comprometer a produtividade. Por isso, é recomendável iniciar ações de integração logo nas etapas iniciais, alinhando expectativas e promovendo colaboração entre as equipes. A construção de um ambiente que valorize a troca de ideias e o respeito mútuo potencializa a inovação e a eficiência operacional após o M&A. Esse cuidado facilita a consolidação de uma identidade corporativa unificada, fortalecendo o engajamento e a coesão entre os times.
Estratégias para inovação contínua
A inovação é o motor do setor tecnológico, e preservá-la após uma fusão ou aquisição é um desafio central. Como considera Carlos Eduardo Rosalba Padilha, as empresas devem garantir que a estrutura resultante da operação continue estimulando pesquisa e desenvolvimento, evitando engessar processos criativos. Isso pode incluir a manutenção de unidades de inovação independentes ou a criação de laboratórios conjuntos.
Nesse sentido, outro aspecto importante é a gestão de portfólio pós-M&A. A análise criteriosa de quais produtos ou serviços serão mantidos, descontinuados ou reformulados garante foco nos projetos com maior potencial de retorno. Além disso, estabelecer métricas para acompanhar o desempenho da inovação ajuda a medir o sucesso da integração e a orientar investimentos futuros.
M&A como catalisador de crescimento no setor tecnológico
Em suma, fusões e aquisições no setor tecnológico, quando bem executadas, podem acelerar o crescimento, ampliar capacidades e abrir novos mercados. Para Carlos Eduardo Rosalba Padilha, o segredo está em compreender profundamente o valor dos ativos intangíveis, integrar equipes de forma harmoniosa e manter o foco na inovação contínua. Mais do que uma transação financeira, um M&A de sucesso no setor de tecnologia é uma construção estratégica, que combina visão de longo prazo com execução cuidadosa.
Autor: Pyppe Tand